
Desde os primórdios das sociedades, costuma-se enfeitar as cidades para comemorar uma data importante. Como por exemplo, Carnaval, São João, Natal e Ano Novo. Esta decoração é tão importante para os turistas quanto para aqueles que nelas habitam, pois de certa forma, são agradáveis e enchem seus olhos de alegria. Grandes cidades no mundo, como por exemplo, Nova Iorque, recebem todos os anos milhares de turistas que se espremem no Rockfeller Center para ver a tão famosa árvore de natal. O brilho nos olhos destas pessoas torna a decoração um grande ato. Cansadas do seu cotidiano, essas festividades exercem um papel de alívio para aqueles seres humanos. Além deste exemplo, vários outros poderiam ser dados em âmbito nacional. Cidades como Campos do Jordão e Gramado, fazem do final de ano, o seu grande atrativo.

Verbas são destinadas pelas secretarias de turismo e infra-estrutura para que se realizem tais obras decorativas. Isso por que é nessas épocas que ocorre grande número de visitações nas cidades. Portanto, é inadmissível que tais decorações causem efeitos negativos na sociedade como o que aconteceu na cidade do Recife no final do ano de 2006.
Foram espalhados pandeiros nos postes feitos de metal cobertos com fitas em vermelho, azul e branco e refletores por toda cidade. Tal projeto não levou em consideração que estes enfeites estariam em exposição ao sol e ao vento diariamente. Resultado: as fitas foram desbotadas, enroscadas e se despenderam dos arcos, sujando a cidade.
Segundo alguns cidadãos, durante o dia, parecia que tinha havido uma enchente e ao descer o volume de água, os lixos ficaram pendurados nas árvores. Basta relatar esta opinião para se ter noção do desagrado da população da cidade. Se esta opinião tivesse sido apenas de uma pessoa, não seria levado em conta. No entanto, essa foi a opinião geral do povo, ainda mais revoltado pois tal arte teria custado aos cofres públicos cerca de 1 milhão e 600 mil reais.
O projeto foi desenvolvido pelo artista José Pimentel que ao ser questionado pela sua criação, declarou não querer transformar Recife em “cidade luz” e sim homenagear o famoso Bloco da Saudade. Esta afirmação não agradou nem confortou os cidadãos.
Ao se pensar em fluxo turístico, o quesito motivação e atrativos vem à tona. O movimento de turistas nada mais é do que a escolha de um indivíduo em sair da sua cidade natal e procurar satisfazer suas necessidades em outra localidade. O que mais impulsiona esta atitude são as atrações que aquele lugar oferece. Sendo assim, é de extrema importância o investimento em decorações urbanas. Ao se ter uma má repercussão deste nível, a imagem do lugar fica prejudicada, podendo causar uma diminuição em suas visitações.
Casos como este servem para alertar as autoridades quanto à importância de um planejamento nesta área, cabendo ao profissional de relações públicas junto às secretarias, um entendimento maior sobre a imagem do lugar e o público que se deseja atingir.

Ainda em se tratando do caso da cidade do Recife, dois meses depois desse fracasso, pode-se ver uma das mais belas decorações de carnaval. O centro da cidade estava todo enfeitado para ver a passagem do Galo da Madrugada, marco carnavalesco. Bonecos gigantes nasceram e se fixaram no Marco Zero, tornando essa festa ainda mais bonita.
Diante de tamanha beleza, os foliões se renovaram para mais um ano de trabalho, esforços e realizações. Esperando sempre essa preocupação dos governantes em tornarem a cidade cada vez mais agradável, harmoniosa e de destaque nacional e mundial.
Por Rafaela Queiroz e Tiara Tirelli